A recente lista de indicados ao Oscar gerou revolta entre os amantes da sétima arte, especialmente pela quantidade de indicações ao filme “Emilia Pérez”, que, em meio a números provocativos, ofusca produções de maior profundidade. Um dos grandes ausentes das grandes categorias foi “Maria Callas”, que traz Angelina Jolie no papel da icônica cantora de ópera, La Divina. O filme, dirigido pelo chileno Pablo Larraín, acompanha os últimos anos da vida da soprano, refletindo sobre suas lutas e sua busca por redenção artística.
Larraín, conhecido por suas tramas sobre mulheres notáveis, já havia abordado figuras como a Princesa Diana e Jackie Kennedy, que conquistaram indicações ao Oscar. A ausência de reconhecimento para “Maria Callas”, exceto na categoria de Melhor Cinematografia, surpreende, especialmente considerando a dedicação de Jolie, que aprendeu italiano e estudou canto lírico por meses para interpretar a diva.
O roteiro de Stephen Knight, que traz uma abordagem inovadora ao mostrar Callas dialogando com suas alucinações, possibilita a Jolie explorar uma gama emocional rica, superando até performances de atrizes indicadas em categorias semelhantes. Apesar de alguns clichês e falhas técnicas, o filme se destaca pela qualidade visual e pela profundidade emocional, tornando-se uma experiência cinematográfica imperdível.
A falta de indicações no Oscar reflete uma premiação cada vez mais influenciada por campanhas publicitárias do que pela essência artística. Contudo, “Maria Callas” permanece uma obra valiosa, que merece ser vista nas telonas, especialmente para os fãs de música erudita.