Ícone do rock britânico enfrentava o Mal de Parkinson e se despediu dos palcos no início de julho com um último show histórico do Black Sabbath
Morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos, Ozzy Osbourne, um dos maiores ícones do rock mundial e figura central na história do heavy metal. Conhecido mundialmente como o “príncipe das trevas”, o músico britânico lutava há anos contra o Mal de Parkinson e havia feito seu último show em 5 de julho, encerrando sua carreira ao lado do grupo Black Sabbath em sua cidade natal, Birmingham, na Inglaterra.
A morte de Ozzy foi confirmada pela família, em comunicado emocionado divulgado à imprensa. “É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com a família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento”, diz a nota.
Nascido John Michael Osbourne em 3 de dezembro de 1948, na cidade industrial de Birmingham, Ozzy teve uma infância humilde e cheia de dificuldades. Ainda jovem, recebeu o apelido que o acompanharia para sempre. Antes de entrar para o mundo da música, passou por uma série de empregos incomuns — trabalhou como afinador de buzinas de carros, em necrotérios e até em abatedouros — além de enfrentar problemas com a polícia por pequenos furtos, que o levaram à prisão por um curto período.
A virada em sua vida aconteceu nos anos 1970, quando formou o Black Sabbath ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward. Com uma sonoridade sombria, pesada e inovadora, o grupo revolucionou o rock e é considerado por muitos como a banda que deu origem ao heavy metal. Canções como Paranoid, War Pigs e Iron Man tornaram-se hinos de uma geração e elevaram Ozzy ao status de lenda.

A trajetória de Osbourne foi marcada por altos e baixos — tanto na vida pessoal quanto profissional. Após deixar o Black Sabbath em 1979, iniciou uma carreira solo de grande sucesso, que lhe rendeu discos multiplatinados e milhões de fãs ao redor do mundo. Sua imagem excêntrica e provocadora foi consolidada com momentos polêmicos, como o famoso episódio em que mordeu a cabeça de um morcego no palco.
Mesmo com todos os excessos e problemas de saúde, Ozzy Osbourne seguiu como uma figura carismática e influente no universo da música. Sua presença ultrapassava os palcos: ao lado da esposa Sharon e dos filhos, se tornou estrela de reality show no início dos anos 2000 com The Osbournes, exibido na MTV, mostrando ao mundo o cotidiano caótico — e muitas vezes cômico — de sua família.
Ao longo de sua carreira, Ozzy vendeu mais de 100 milhões de discos, combinando os feitos com o Black Sabbath e em carreira solo. Seu trabalho rendeu inúmeros prêmios e reconhecimentos, incluindo um Grammy e sua entrada no Hall da Fama do Rock and Roll.
Desde que revelou ao público seu diagnóstico de Parkinson, em 2020, o artista passou a reduzir sua agenda e se afastou dos palcos. Ainda assim, manteve contato com os fãs por meio das redes sociais e de sua música. Em 2022, lançou o disco Patient Number 9, que foi bem recebido pela crítica e demonstrou que seu espírito criativo permanecia intacto.
A despedida oficial dos palcos aconteceu no último dia 5 de julho, quando Ozzy subiu ao palco pela última vez ao lado do Black Sabbath. O show, realizado em Birmingham, atraiu uma multidão de fãs e foi transmitido pela internet para milhões de pessoas ao redor do mundo. Foi uma celebração emocionante de uma carreira marcada pela ousadia, talento e resistência.
Com sua morte, o rock perde um de seus maiores nomes, um artista que influenciou gerações, desafiou convenções e deixou um legado imortal. Para seus fãs, Ozzy jamais deixará de ser o “príncipe das trevas” — não apenas pela estética, mas pela intensidade com que viveu e fez música.